" Só se vê com o coração. O essencial é invisível aos olhos. " (O Pequeno Príncipe)

Não pense que escrevo aqui o meu mais íntimo segredo, pois há segredos que eu não conto nem a mim!

" o maior favor que se pode fazer a semente é enterrá-la."

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Os meus contos são quase em totalidade contados no espaço de tempo em que o nó continua preso na garganta, a lágrima presa no olho e as palavras são teletransportadas do coração para a mão. Dificilmente escrevo acerca do que sinto, mas na tristeza costumo inventar dores mais doídas que as minhas e assim, sem querer, faço também doer corações que se vêem refletidos na minha escrita, corações colecionados por alguém... Corações que milhares de vezes são postos, nada cuidadosamente, no fundo de uma caixa velha junto a outros cacos. Vez ou outra faço sorrir rostos que se encontram cada vez mais inexpressivos com um bocado de doces e finais felizes. Por hora, vejo apenas um rosto diferente na rua, no ônibus lotado ou um casal que chora e começo, desenfreadamente, a imaginar motivos e situações. Nas entrelinhas deixo escapar quem sou, o que sinto, o que acho e assim, silenciosamente eu te falo com paixão que já fui boba demais, já sofri por amor, já amadureci mais do que o suficiente pra uma garota que ainda vai fazer dezesseis. Eu te conto, mesmo que às vezes você não perceba, que eu tenho um medo absurdo de crescer e deixar que o que me resta dessa inocência doce se vá para sempre. Digo-te metaforicamente, querido leitor, que o músculo mais forte do nosso corpo é sim o coração e nem tente enganar-se e dizer que não. Não adianta fugir, nesse mundo absolutamente nada acaba bem e no fundo restará a saudade, pois no final da linha está a morte. A infância, o seu (e o meu) pai falecido, qualquer outro ente querido. Amizades que morrem ainda em vida e que nos lembram a cada segundo que o ''para sempre enquanto dure'' não é nada fácil de realizar. Como? Se não vou falar da morte de um antigo amor? Querido colecionador/colecionado, o amor verdadeiro não morre sequer com a morte, porque o amor não está em nenhuma parte do seu corpo. O amor permanece na alma e sempre estará contigo. Como você pode notar, da dor da ausência eu sei muito bem como falar. Sabe, eu já bebi saudade de domingo a domingo, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia. Deixei por muito tempo de pintar meu arco-íris diário e vivi em escala cinza. Quando acabou? Quando a lágrima enfim caiu e o orgulho foi pro espaço. Cansei de ficar prendendo lágrima, coisa de covarde. Coragem tem quem dá a cara à tapa, chora e não quer nem saber. Que se dane o mundo! Eu deixei de brincar de esconde-esconde, cansei de ver rostos virados e inclinados pra qualquer direção que não fosse a minha e hoje, posso te dizer, me sinto feliz. O quê? Não, não. Já falei o bastante e não obstante, um dia tornarei a falar. O silêncio não mais permanece, meus lábios estão lacrados, mas minhas mãos descrevem mil vezes melhor o que sinto. Sempre, sempre, com muita paixão.

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